sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Dilma lança plano inédito para deficientes: medidas avaliadas pela presidente incluem intervenções em educação, trabalho, moradia e emprego

 

Folha de S.Paulo
28/09/2011

Investimento do governo pode chegar a R$ 10 bilhões até 2014; programa deve ser apresentado nos próximos dias

NATUZA NERY e JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA
O governo prepara um programa, com investimento que pode chegar a R$ 10 bilhões até 2014, para as pessoas com deficiência. O plano traz projetos de saúde, educação, inclusão ao mercado de trabalho e acessibilidade.
Uma segunda versão do plano, com menor número de ações, estima gasto de R$ 7 bilhões. A presidente Dilma Rousseff deve se reunir hoje com sua equipe para conhecer a proposta e bater o martelo. O lançamento vai ocorrer nos próximos dias. Na área de educação, a previsão é reservar para pessoas com deficiência 5% de vagas nos cursos do Pronatec -lançado em abril, que prevê 8 milhões de vagas em cursos técnicos até 2014.
Segundo o Censo 2000, 14,5% da população apresenta algum tipo de incapacidade ou deficiência. Em parceria com Estados e municípios, o plano prevê a entrega de mais de mil veículos escolares adaptados nos próximos três anos. Para o mercado de trabalho, a ideia é criar um banco nacional de profissionais, espécie de agência virtual de empregos. O portal na internet será lançado em 2012.
Pessoas com deficiência terão, conforme o texto preliminar obtido pela Folha, facilidades e garantia de acessibilidade no Minha Casa, Minha Vida.
Devem ser distribuídos milhares de kits de adaptação para moradias já construídas, como maçanetas especiais e campainhas para surdos. Detalhes foram mantidos em sigilo nos últimos meses. O projeto é a nova "menina dos olhos" de Dilma e da ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil). Em número de ações, ele supera o Brasil Sem Miséria, bandeira de Dilma para erradicar a pobreza extrema.
*INCLUSÃO*
O plano prevê a implantação das "casas inclusivas", moradias para deficientes que necessitem de apoio profissional. Ampliará, ainda, o total de centros de referência e serviços de reabilitação.
Inicialmente não está na proposta a redução de imposto para a compra de equipamentos importados, como cadeira de rodas. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) vai apresentar um projeto de lei contemplando essa demanda.
Presidente da comissão que trata do assunto e pai de uma menina com síndrome de Down, ele é um dos envolvidos no plano, ao lado de Mara Gabrilli (PSDB-SP), primeira deputada federal tetraplégica.

domingo, 25 de setembro de 2011

Momentos de Estudos

Nossa coordenadora Tatiane
Muita atenção nas explicações de nossa coordenadora Tati

Hora de troca de ideias

Fernanda e Aline

Momento de descontração,Fefe,Aline e eu

Emanuele demostrando muita alegria em esta estudando.È isso ai Manu!
Todas as semanas nas sextas-feira nosso grupo se reune para estudos e troca de conhecimentos, são  momentos muito gostosos!

sábado, 24 de setembro de 2011

Atendimento em tempo integral para aluno com deficiencia

3:03
Haddad, na abertura do 2º Prêmio Experiências Inclusivas Educacionais: “Queremos que a criança com deficiência esteja numa classe regular, mas que possa também receber o atendimento especializado, na escola pública ou na escola parceira particular” (foto: Wanderley Pessoa)O ministro da Educação, Fernando Haddad, destacou nesta quarta-feira, 21, em Brasília, a importância do atendimento em tempo integral para o desenvolvimento do estudante com deficiência. Haddad participou da abertura do 2º Prêmio Experiências Inclusivas Educacionais – a Escola Aprendendo com as Diferenças, promovido pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), do Ministério da Educação.

“A criança especial precisa de atendimento integral, toda criança merece educação integral, sobretudo a criança com deficiência”, disse Haddad. “Nós queremos que a criança com deficiência esteja numa classe regular, mas que ela possa também, com uma segunda fonte de financiamento, receber o atendimento especializado, seja na escola pública, seja na escola parceira particular.”

O prêmio tem o propósito de identificar, valorizar e divulgar experiências de inclusão escolar de estudantes com deficiência nas escolas comuns de ensino regular. Serão premiados relatos de experiências das escolas públicas de educação básica e das secretarias de educação, além de textos narrativos produzidos por estudantes dos anos finais do ensino fundamental e médio, matriculados em escolas públicas.

Os programas de inclusão de crianças com deficiência em salas de aula do ensino regular favorecem a sociabilização e o aprendizado. “Antes, não era assim; muitas crianças estavam em escolas de atendimento especial ou não frequentam a escola”, disse Juliana Moreira Lopes, secretária de educação de Araçuaí, município de 40 mil habitantes no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. “No ensino regular, essas crianças ganham em aprendizado porque percebem que também podem aprender”, salientou. “Elas são desafiadas, e as pessoas passam a reconhecer o direito dessas crianças e a respeitá-las.”

As inscrições para o 2º Prêmio Experiências Inclusivas Educacionais – a Escola Aprendendo com as Diferenças estarão abertas até 31 de dezembro próximo. Mais informações na página eletrônica do prêmio.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Mitos e Verdades

Direitos

12 Tenho deficiência, e por isso não sou obrigado a votar.

MITO Segundo a Constituição Brasileira, todos os cidadãos com idade entre 18 e 70 anos são obrigados a votar. A pessoa com deficiência pode requerer com 150 dias de antecedência a mudança do local de votação, caso o acesso seja difícil. Há uma ressalva que não pune a pessoa quando impossível ou demasiadamente oneroso o cumprimento das obrigações eleitorais. Mas convém verificar com os órgãos eleitorais a aplicabilidade da ressalva, já que cada juiz pode interpretar as condições "impossíveis ou onerosas" à sua maneira.

13 A pessoa com deficiência tem direito a receber herança.

VERDADE O artigo 5º do Capítulo I da Constituição Federal prevê que todos os brasileiros são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Sendo assim, se o inciso XXX garante o direito de herança, ele se estende inclusive às pessoas com deficiência. Em caso de interdição, como ocorre com algumas pessoas com deficiência intelectual, quem cuidará dos interesses da herança é seu curador.

14 As filas prioritárias em bancos são apenas para cadeirantes ou pessoas com mobilidade reduzida.

MITO Os artigos 5º, 6º e 7º do Decreto Federal nº 5.296/2044 considera que o atendimento prioritário se enquadra a todas as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Ou seja, aqueles com deficiência física, auditiva, visual, intelectual e múltipla. O texto destes artigos também discorre sobre a sinalização, a entrada, o mobiliário e os serviços de atendimento que devem constar nas instituições financeiras.

15 Ao comprar um apartamento na planta posso pedir que ele tenha um banheiro adaptado sem ter de pagar por isso.

MITO O Decreto Federal n º 5.296/2004 discrimina que to das as edificações de uso coletivo ou público devem atender aos preceitos de acessibilidade. Isto se aplica às áreas de uso comum das edificações de uso privado multifamiliar, como piscinas, playgrounds, salão de festas, garagens entre outros espaços, mas não dentro dos apartamentos.

16 Planos de saúde particulares não aceitam a inscrição de pessoas com deficiência por considerar que possuem "doenças preexistentes".

MITO Para afastar de vez o risco desta prática ilegal e preconceituosa, foi sancionada lei de nº 9.656, cujo 14º artigo prevê que ninguém pode ser impedido de participar de planos privados de assistência à saúde em razão de idade ou condição de pessoa com deficiência. Portanto, ao se deparar com algum caso assim, denuncie.

17 Ganho um salário mínimo por mês, por isso tenho direito ao Passe Livre.

VERDADE Este é um benefício concedido pelo Governo Federal que cede gratuitamente passagens interestaduais às pessoas com deficiência. Porém, para ter esse direito, é preciso ter renda familiar per capita de até um salário mínimo. A renda de todos os que moram com a pessoa com deficiência deve ser somada e dividida pelo total de pessoas. Se o resultado for igual ou inferior a um salário mínimo, é possível requerer o benefício no Ministério dos Transportes. O Passe Livre não dá direito à gratuidade para acompanhante.

18 Um restaurante que impede a entrada de pessoa com deficiência visual acompanhada de cão-guia pode ser multado.

VERDADE A pessoa com deficiência visual e usuária de cãoguia tem o direito de ingressar e permanecer com o animal em todos os locais de uso público ou privado de uso coletivo. Isso inclui restaurantes, lojas, escolas e meios de transporte. Os únicos locais vetados ao animal são setores de isolamento, tratamentos de doenças graves ou locais que precisam de esterilização em estabelecimentos de saúde. Além de multado, o local pode ser interditado.

19 A pessoa com deficiência não é obrigada a prestar serviço militar.

VERDADE O direito de não servir às Forças Armadas é garantido a todos aqueles cuja deficiência seja um impedimento. No entanto, ao atingir a idade de alistamento, é necessário se apresentar a uma unidade militar para obter a dispensa por vias legais.

20 A pessoa com déficit intelectual não pode ter conta em banco.

MITO O direito de possuir conta em banco também está assegurado às pessoas com deficiência intelectual. Se o titular for menor de 18 anos, a conta deve ser administrada pelos pais ou responsáveis. Em caso de pessoa maior de 18 anos que seja interditada, o curador é o responsável.

21 Todas as pessoas com Síndrome de Talidomida têm direito à pensão do INSS.

VERDADE Desde 1982 existe uma lei que autoriza o Poder Executivo a conceder pensão especial mensal, vitalícia e intransferível a todas as pessoas com Síndrome de Talidomida que a requererem no INSS. Este benefício compreende a incapacidade para o trabalho, para a locomoção, higiene pessoal e alimentação. O benefício não poderá ser reduzido mesmo que a pessoa adquira capacidade de trabalhar.

22 Pacientes com transtornos mentais egressos de internações têm direito a receber auxílio do governo.

VERDADE Em 2003 o Ministério da Saúde lançou um programa de ressocialização de pacientes internados em hospitais ou unidades psiquiátricas, o "De Volta Para Casa". A partir daí, ficou instituído um auxílio-reabilitação psicossocial para egressos de internação que tenham permanecido por dois anos ou mais em hospitais psiquiátricos. O benefício tem duração de um ano e pode ser renovado quando necessário aos propósitos da reintegração social do paciente.

23 Por ter deficiência, não tenho o direito de tirar carteira de habilitação.

MITO É possível. Mas para obtenção da Carteira de Habilitação Especial é preciso ser avaliado por uma junta médica, que examina a extensão da deficiência e a desenvoltura do candidato. O solicitante deve procurar uma clínica credenciada autorizada e realizar exame médico e psicotécnico especial para pessoas com deficiência. Os endereços das clínicas podem ser obtidos no Detran de cada Estado.

24 Pessoas com qualquer tipo de deficiência podem fazer uso do Serviço de Atendimento Especial (ATENDE) na cidade de São Paulo.

MITO O serviço paulistano de transporte porta a porta destina-se a pessoas com deficiência física ou com mobilidade altamente reduzida. Aquelas que apresentem doenças que não associadas à deficiência motora com comprometimento severo da mobilidade não são caracterizadas com o perfil previsto para utilizar o benefício, que é liberado por meio de um cadastro feito pela SPTrans.

25 Uma pessoa com deficiência que não pode trabalhar tem direito a receber um salário mínimo para garantir seu sustento.

VERDADE A Constituição realmente garante este direito, sob o nome de Benefício de Prestação Continuada (BCP). São beneficiados aqueles com renda familiar por pessoa inferior a ¼ de salário mínimo. Para requerer, é preciso se dirigir a uma agência do INSS. Algumas prefeituras possuem órgãos que passam orientações, como as secretarias de assistência social.

26 Pessoas com deficiência têm descontos para adquirir automóveis.

VERDADE Não se trata de descontos e, sim, da isenção de impostos, neste caso, o mais significativo é o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Há regras específicas que regem cada caso, mas pessoas com qualquer tipo de deficiência podem solicitar o abatimento, e caso ela necessite de um condutor, ele também. Outras taxas como o IPI, IPVA e ICMS também entram na lista de isentas. O ideal é procurar o Detran do seu Estado.

27 Se não consigo me locomover sozinho em transporte público, meu acompanhante não paga a passagem.

VERDADE As leis que regem a gratuidade no sistema de transporte público em geral são de âmbito municipal. Mas é comum se conceder gratuidade aos acompanhantes, principal mente em casos de crianças e daqueles que têm dificuldades de locomoção. É necessário pedir informações detalhadas sobre como obtê-la.

28 Não existem leis que punem crimes contra pessoas com deficiência.

MITO A lei nº 7853 constitui em seu artigo 8º crime punível com reclusão de um a quatro anos: a recusa ou cancelamento de inscrição de alunos com deficiência em estabelecimento de ensino; barrar o acesso a cargos públicos por causa da deficiência; negar emprego ou trabalho a estas pessoas; deixar de prestar assistência hospitalar; não cumprir ordens judiciais que aludam a esta lei e omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil, quando requisitados pelo Ministério Público.

29 É possível deduzir despesas com aparelhos ortopédicos do Imposto de Renda.

VERDADE Algumas despesas médicas podem ser deduzidas do IR, como aquelas com aparelhos e próteses ortopédicos, cadeiras de rodas, andadores ou qualquer outro aparelho ortopédico destinado à correção de desvio de coluna ou deficiência dos membros ou das articulações.

30 Em um órgão público, tenho o direito de ser atendido por uma pessoa que conheça Libras.

VERDADE O artigo 26 do decreto nº 5.626, de 2005, determina que na rede de serviços do SUS e empresas que detêm concessão ou permissão de serviços públicos de assistência à saúde, deve haver profissionais capacitados para o uso de Libras ou sua tradução e interpretação.

Mudança na Lei (BPC) abre espaço para trabalho de pessoas com deficiência


De acordo com o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome, recebem o BPC 1,27 milhões de pessoas com deficiência em idade para trabalhar



Neste Dia Nacional de Luta das Pessoa com Deficiência, 21 de setembro, os beneficiários do BPC (Beneficio de Prestação Continuada) têm um motivo a mais para comemorar: a possibilidade de ingressar no mercado de trabalho sem a o risco de perder o beneficio. A notícia foi dada no encontro Panorama Atual da Empregabilidade da Pessoa com Deficiência, realizado ontem, 20, no Centro Publico de Economia Solidária, em Osasco.
A lei que cria essa possibilidade é a 12.470, a qual foi publicada no Diário Oficial da União em 1 de setembro. De acordo com o texto, os beneficiários do BPC que ingressarem no mercado de trabalho ficam com o beneficio suspenso. Mas extinta a relação trabalhista poderá ser requerida a continuidade do beneficio que foi suspenso, sem necessidade de realização de perícia médica ou da reavaliação da deficiência e do grau de incapacidade. Se os beneficiários forem contratados como aprendizes, acumulam o salário e o benefício, limitado ao período de dois anos.
Tais mudanças foram apresentadas no encontro pelo coordenador de Gestão de Políticas Públicas da Gerência Regional do Trabalho e Emprego de Osasco, Ronaldo Freixeda, que vê a mudança como a grande chave para garantir com que as pessoas com deficiência exerçam seu direito de cidadão: trabalhem. "E um incentivo para que possam ir para o mercado de trabalho", afirma Freixeda.
RAIS - Os participantes do encontro também foram convidados a compreenderem e utilizarem os dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) como instrumento de trabalho pela inclusão.
Alexandre Guerra, coordenador do Observatório do Trabalho apresentou dados da RAIS de 2009 que mostram que as pessoas com deficiências são apenas 0,7% dos trabalhadores no mercado formal.
As informações também jogam abaixo preconceitos como o de baixa escolaridade de pessoas com deficiência. Tanto quem tem, como quem não tem alguma deficiência tem níveis de escolaridade muito semelhantes. "É um argumento furado", resume Guerra.
Todas essas informações estão detalhadas no livro "Pessoas com Deficiência no Trabalho Formal: Por que não?", lançado recentemente pelo Espaço da Cidadania.
Fiscalização - Porém, ainda que os números sejam pequenos, correm o risco de ficarem menores, caso não sejam retomados os investimentos em pessoal e em infra-estrutura na Gerência de Osasco, que responde pelo maior percentual de contratações no país.
A denúncia foi feita pelo presidente do CISSOR (Conselho Intersindical de Saúde e Seguridade Social), José Elias de Góes. "Os órgãos que deveriam fiscalizar estão sucateados. A Gerência está na iminência de ser despejada [do prédio que ocupa em Osasco] e há poucos fiscais", alertou. As informações foram passadas aos 125 participantes do encontro, que também conheceram o Osasco Inclui, da Prefeitura de Osasco, se informaram sobre fontes alternativas para recrutamento e trocaram experiências sobre inclusão.
Nota do Espaço da Cidadania: ·
*Apenas 25% das vagas da Lei de Cotas são respeitadas no país. ·
*Apesar de existir 17 milhões de pessoas com deficiência em idade de trabalhar com carteira registrada apenas 306 mil estão nesta condição representando apenas 0,7% dos trabalhadores formais.·
*O baixo percentual de contratação reflete o alto nível de preconceito cultural e barreiras atitudinais existentes nas organizações e na sociedade, aliado à frouxidão do sistema de fiscalização trabalhista frente a esta questão.

21 de setembro - Dia Nacional de luta das pessoas com deficiência




É dia de homenagear quem supera descaso, dificuldades e desrespeito. E que vence, todos os dias, o "D" de Deficiência.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Video baseado no filme oitavo dia

Como ensinar crianças com deficiência intelectual a brincar


Através do brincar, a criança pode desenvolver sua coordenação motora, suas habilidades visuais e auditivas e seu raciocínio criativo. Está comprovado que a criança que não tem grandes oportunidades de brincar, e com quem os pais raramente brincam, sofre bloqueios e rupturas em seus processos mentais.
As crianças sem deficiência mental brincam espontaneamente, ou aprendem rapidamente através de imitação. Elas tentam todos os tipos de brincadeiras novas por curiosidade. As crianças deficientes, que têm um menor grau de comprometimento em seu desenvolvimento cognitivo, também aprendem por imitação, contudo, freqüentemente necessitam ligeira ajuda para torná-las mais inquisitivas.
Já as crianças com maior grau de comprometimento em seu desenvolvimento cognitivo necessitam que lhes ensinem muita coisa e nesses casos a imitação quase não funciona. É necessário ensinar a tarefa em si e mostrar que o processo é divertido.

Atividades para crianças com deficiência mental
É importante dividir qualquer tarefa em etapas gradativas, tão pequenas quanto for necessário. Por exemplo, começar por um jogo simples, colocando uma bola pequena numa xícara. Comece com o Auxílio Mínimo até o Auxílio Máximo, siga a lista abaixo até obter uma resposta.

Auxílio Mínimo
 1. Instrução verbal
Com a bola dentro da xícara apenas fale: “pegue a bola.”
2. Fala e gesto
Com a bola dentro da xícara fale: “pegue a bola” e aponte para a xícara.
 3. Orientação
Retire a bola da xícara e guie a criança até ela, ao falar “pegue a bola”.
 Auxilio Máximo
Com base na atividade mencionada anteriormente, faça um seguimento completo: segure a mão da criança, feche seus dedos ao redor da bola, posicione sua mão sobre a xícara e faça-a soltar a bola.
Você pode repetir a atividade de tirar e colocar a bola na xícara para trabalhar a percepção da criança

E no que diz respeito ao estímulo?
Quando alguma coisa nova for feita, elogie.
Quando uma habilidade antiga for usada, fique apenas contente.
À medida que uma habilidade nova se torna antiga, reduza o elogio pouco a pouco.
Lembre-se sempre de manifestar o maior prazer quando aparecer uma habilidade nova – muito elogio, um abraço, um doce.
Este seu estímulo ficará associado à tarefa. Com o tempo a tarefa será executada, mesmo com você ausente, devido a este estímulo lembrado. Então, embora talvez com alguns poucos brinquedos, você verá a criança brincar. Não será mais uma “tarefa” para nenhum de vocês dois.
Uma técnica especial é particularmente útil a ensinar a brincar. Baseia-se na idéia de sucesso completo em cada etapa. Um bom exemplo é usar um quebra-cabeça.
Utilizando um quebra-cabeça
Fazemos muitas deduções quando executamos um quebra-cabeça porque já montamos um anteriormente. Isto quer dizer que muitas pessoas que ensinam o manuseio deste brinquedo ou tipos semelhantes às crianças, ensinam erradamente. Não é efetivo espalharmos o quebra-cabeça quando o tiramos da caixa, com as peças todas separadas na frente da criança, ou colocar talvez algumas peças juntas e esperar que ela termine a montagem.
Veja a coisa através dos olhos da criança com deficiência mental. Ela não sabe o que está fazendo, se ele colocar uma peça no lugar, a coisa toda parece que ficou igual e ainda incompleta. O resultado é frustração.
Comece de outro jeito e as coisas ficam diferentes!
1. Monte você mesmo o quebra-cabeça e converse acerca dele.
2. Tire uma de suas peças.
3. Faça com que a criança reponha a peça. Ela terminou? Diga-lhe que isso é um sucesso alcançado!
4. Tire outra peça, ou talvez a primeira que removeu e mais uma.
5. Faça com que a criança complete o jogo. Ela teve sucesso mais uma vez!
6. Repita a ação com outras peças.
Esta técnica, chamada encadeamento é muito útil quando é importante evitar o fracasso. Simplesmente, comece do fim e dê uma marcha ré. Isso é muito bom para qualquer brinquedo seqüencial: um quebra-cabeça, um ábaco, jogos de construção e muitos outros.
Atenção: problemas poderão ocorrer quando não houver contato de olhos (com você ou com o brinquedo): quando a criança adormece, tem conduta destrutiva ou agressiva. Devemos evitar acomodações, perda de iniciativa ou tendência ao isolamento.
A deficiência lúdica do deficiente mental decorre de vários fatores:
 Baixa capacidade de atenção.
Instabilidade psicomotora.
Tendência a repetição estereotipada dos mesmos jogos.
Ausência de iniciativa.
Dificuldades motoras.
Dificuldade para ater-se às regras.
Fragilidade às frustrações.
Na brincadeira a criança deve respeitar as regras, submeter-se à disciplina, participar de equipes, aprender a ganhar e a perder. É um treino para a vida. A diferença é que a criança com deficiência mental tem que ser ensinada a jogar porque dificilmente vai começar espontaneamente. As regras do jogo têm que ser bem explicadas, com poucas palavras e de forma bem clara. Precisará de apoio para conformar-se a perder, ou a ganhar, sem ufanar-se muito, a respeitar as regras e a controlar-se.

Fonte: Derek Blackburn (Londres)| traduzido por Nylse Cunha,
diretora do Instituto Indianópolis e fundadora da 1ª Brinquedoteca Brasileira.

Texto adaptado para divulgação no site do Instituto Indianópolis,
com informações do blog de Elizabet Salgado, psicopedagoga e fonoaudióloga.

Discutindo sobre avaliação

Amigos, neste endereço encontramos um valioso instrumento de apoio para retirar nossas principais dúvidas."http://www.slideshare.net/alexandrerosado/avaliao-4714670" title="Orientações sobre avaliação do aluno da Educação Especial" Especial

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

24 respostas para as principais dúvidas sobre inclusão

As soluções para os dilemas que o gestor enfrenta ao receber alunos com deficiência
Noêmia Lopes mailto:gestao@atleitor.com.br, de Joinville, SC
Um desenho feito com uma só cor tem muito valor e significado, mas não há como negar que a introdução de matizes e tonalidades amplia o conteúdo e a riqueza visual. Foi a favor da diversidade e pensando no direito de todos de aprender que a Lei nº 7.853 (que obriga todas as escolas a aceitar matrículas de alunos com deficiência e transforma em crime a recusa a esse direito) foi aprovada em 1989 e regulamentada em 1999. Graças a isso, o número de crianças e jovens com deficiência nas salas de aula regulares não para de crescer: em 2001, eram 81 mil; em 2002, 110 mil; e 2009, mais de 386 mil – aí incluídas as deficiências, o Transtorno Global do Desenvolvimento e as altas habilidades.
Hoje, boa parte das escolas tem estudantes assim. Mas você tem certeza de que oferece um atendimento adequado e promove o desenvolvimento deles? Muitos gestores ainda não sabem como atender às demandas específicas e, apesar de acolher essas crianças e jovens, ainda têm dúvidas em relação à eficácia da inclusão, ao trabalho de convencimento dos pais (de alunos com e sem deficiência) e da equipe, à adaptação do espaço e dos materiais pedagógicos e aos procedimentos administrativos necessários.
Para quebrar antigos paradigmas e incluir de verdade, todo diretor tem um papel central. Afinal, é da gestão escolar que partem as decisões sobre a formação dos professores, as mudanças estruturais e as relações com a comunidade. Nesta reportagem, você encontra respostas para as 24 dúvidas mais importantes sobre a inclusão, divididas em seis blocos.

Gestão administrativa
1. Como ter certeza de que um aluno com deficiência está apto a frequentar a escola?
Aos olhos da lei, essa questão não existe – todos têm esse direito. Só em alguns casos é necessária uma autorização dos profissionais de saúde que atendem essa criança. É dever do estado oferecer ainda uma pessoa para ajudar a cuidar desse aluno e todos os equipamentos específicos necessários. “Cabe ao gestor oferecer as condições adequadas conforme a realidade de sua escola”, explica Daniela Alonso, psicopedagoga especializada em inclusão e selecionadora do Prêmio Victor Civita – Educador Nota 10.
2. As turmas que têm alunos com deficiência devem ser menores?
Sim, pois grupos pequenos (com ou sem alunos de inclusão) favorecem a aprendizagem. Em classes numerosas, os professores encontram mais dificuldade para flexibilizar as atividades e perceber as necessidades e habilidades de cada um.
3. Quantos alunos com deficiência podem ser colocados na mesma sala?
Não há uma regra em relação a isso, mas em geral existem dois ou, em alguns casos, três por sala. Vale lembrar que a proporção de pessoas com deficiência é de 8 a 10% do total da população.
4. Para torna a escola inclusiva, o que compete às diversas esferas de governo?
“O governo federal presta assistência técnica e financeira aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios para o acesso dos alunos e a formação de professores”, explica Claudia Pereira Dutra, secretária de Educação Especial do Ministério da Educação (MEC). Os gestores estaduais e municipais organizam sistemas de ensino voltados à diversidade, firmam e fiscalizam parcerias com instituições especializadas e administram os recursos que vêm do governo federal.
Gestão da aprendizagem
5. Quem tem deficiência aprende mesmo?
Sem dúvida. Sempre há avanços, seja qual for a deficiência. Surdos e cegos, por exemplo, podem desenvolver a linguagem e o pensamento conceitual. Crianças com deficiência mental podem ter mais dificuldade para se alfabetizar, mas adquirem a postura de estudante, conhecendo e incorporando regras sociais e desenvolvendo habilidades como a oralidade e o reconhecimento de sinais gráficos. “É importante entender que a escola não deve, necessariamente, determinar o que e quando esse aluno vai aprender. Nesses casos, o gestor precisa rever a relação entre currículo, tempo e espaço”, afirma Daniela Alonso.
6. Ao promover a inclusão, é preciso rever o projeto político pedagógico (PPP) e o currículo da escola?
Sim. O PPP deve contemplar o atendimento à diversidade e o aparato que a equipe terá para atender e ensinar a todos. Já o currículo deve prever a flexibilização das atividades (com mais recursos visuais, sonoros e táteis) para contemplar as diversas necessidades.
7. Em que turma o aluno com deficiência deve ser matriculado?
Junto com as crianças da mesma idade. “As deficiências física, visual e auditiva não costumam representar um problema, pois em geral permitem que o estudante acompanhe o ritmo da turma. Já os que têm deficiência intelectual ou múltipla exigem que o gestor consulte profissionais especializados ao tomar essa decisão”, diz Daniela Alonso. Um aluno com síndrome de Down, por exemplo, pode se beneficiar ficando com um grupo de idade inferior à dele (no máximo, três anos de diferença). Mas essa decisão tem de ser tomada caso a caso.
8. Alunos com deficiência atrapalham a qualidade de ensino em uma turma?
Não, ao contrário. Hoje, sabe-se que todos aprendem de forma diferente e que uma atenção individual do professor a determinado estudante não prejudica o grupo. Daí a necessidade de atender às necessidades de todos, contemplar as diversas habilidades e não valorizar a homogeneidade e a competição.
9. Como os alunos de inclusão devem ser avaliados?
De acordo com os próprios avanços e nunca mediante critérios comparativos. Esse é o modelo adotado na EM Valentim João da Rocha, em Joinville, a 174 quilômetros de Florianópolis (leia mais no quadro abaixo). “Os professores devem receber formação para observar e considerar o desenvolvimento individual, mesmo que ele fuja dos critérios previstos para o resto do grupo”, explica Rossana Ramos, professora da Universidade de Pernambuco (UPE). Quando o estudante acompanha o ritmo da turma, basta fazer as adaptações, como uma prova em braile para os cegos.
10. A nota da escola nas avaliações externas cai quando ela tem estudantes com deficiência?
Em princípio, não. Porém há certa polêmica em relação aos casos de deficiência intelectual. O MEC afirma que não há impacto significativo na nota. Já os especialistas dizem o contrário. Professores costumam reclamar disso quando o desempenho da escola tem impacto em bônus ou aumento salarial. “O ideal seria ter provas adaptadas dentro da escola ou, ao menos, uma monitoria para que os alunos pudessem realizá-las. Tudo isso, é claro, com a devida regulamentação governamental”, defende Daniela Alonso. Enquanto isso não acontece, cabe aos gestores debater essas questões com a equipe e levá-las à Secretaria de Educação.
Cada um com uma avaliação
Foto: Eduardo Marques
DIREITO RESPEITADO Ana Caroline estuda com colegas da sua idade e faz as mesmas atividades que eles. Foto: Eduardo Marques
Os alunos com deficiência da EM Valentim João da Rocha, em Joinville, fazem todas as atividades propostas ao restante da turma – com as devidas adaptações – e são avaliados de acordo com as próprias possibilidades. “Alguns não se alfabetizam, mas avançam na oralidade e são avaliados nesse quesito”, conta a diretora, Luci Leila da Cunha Nunes. Além disso, todos são matriculados com colegas de idades próximas, como Ana Caroline de Jesus, de 8 anos, que tem deficiência física. Os professores que ainda têm dúvidas sobre as práticas pedagógicas que devem usar ganharam uma aliada: a professora da sala de recursos, Geisa do Nascimento, responsável pelo Atendimento Educacional Especializado (AAE). Em encontros semanais, Geisa e os colegas conversam sobre os recursos que podem ser providenciados. O resultado do esforço coletivo é compensador. “Nosso melhor estudante tinha baixa visão, classificava-se muito bem na Olimpíada Brasileira de Matemática e hoje está no Ensino Médio”, diz Luci.
Gestão de equipe
11. É possível solicitar o apoio de pessoal especializado?
Mais do que possível, é necessário. O aluno tem direito à Educação regular em seu turno e ao atendimento especializado no contraturno, responsabilidade que não compete ao professor de sala. Para tanto, o gestor pode buscar informações na Secretaria de Educação Especial do MEC, na Secretaria de Educação local e em organizações não governamentais, associações e universidades. Além do atendimento especializado, alunos com deficiência têm direito a um cuidador, que deve participar das reuniões sobre o acompanhamento da aprendizagem, como na EMEF Luiza Silvina Jardim Rebuzzi, em Aracruz, a 79 quilômetros de Vitória (leia mais no quadro abaixo).
12. Como integrar o trabalho do professor ao do especialista?
Disponibilizando tempo e espaço para que eles se encontrem e compartilhem informações. Essa integração é fundamental para o processo de inclusão e cabe ao diretor e ao coordenador pedagógico garantir que ela ocorra nos horários de trabalho pedagógico coletivo.
13. Como lidar com as inseguranças dos professores?
Promovendo encontros de formação e discussões em que sejam apresentadas as novas concepções sobre a inclusão (que falam, sobretudo, das possibilidades de aprendizagem). “O contato com teorias e práticas pedagógicas transforma o posicionamento do professor em relação à Educação inclusiva”, diz Rossana Ramos. Nesses encontros, não devem ser discutidas apenas características das deficiências. “Apostamos pouco na capacidade desses alunos porque gastamos muito tempo tentando entender o que eles têm, em vez de conhecer as experiências pelas quais já passaram”, afirma Luiza Russo, presidente do Instituto Paradigma, de São Paulo.
14. Como preparar os funcionários para lidar com a inclusão?
Formação na própria escola é a solução, em encontros que permitam que eles exponham dificuldades e tirem dúvidas. “Esse diálogo é uma maneira de mudar a forma de ver a questão: em vez de atender essas crianças por boa vontade, é importante mostrar que essa demanda exige a dedicação de todos os profissionais da escola”, diz Liliane Garcez, da comissão executiva do Fórum Permanente de Educação Inclusiva e coordenadora de pós-graduação de Inclusão no Centro de Estudos Educacionais Vera Cruz (Cevec). É possível também oferecer uma orientação individual e ficar atento às ofertas de formação das Secretarias de Educação.
Esforço de toda a equipe
Foto: Diana Abreu
DECISÕES COLETIVAS A equipe da diretora Débora (de branco) acompanha os avanços de todos os alunos. Foto: Diana Abreu
Gestores, professores e funcionários da EMEF Luiza Silvina Jardim Rebuzzi, em Aracruz, sabem que a real inclusão depende do trabalho em equipe. “Nos reunimos semanalmente – eu, a coordenadora, os cuidadores, os professores e os profissionais especializados – e avaliamos o plano de ensino dos alunos com deficiência. Para montar os objetivos, partimos de habilidades que eles já têm, como ter hipóteses de escrita ou se comunicar oralmente. Se não possuem nenhuma delas, criamos metas em função de suas possibilidades”, explica a diretora, Débora Amorim Gomes Barbosa. A escola define um plano para cada aluno e todos os professores que trabalham com ele fazem anotações durante o ano. Além disso, é mantido um contato estreito com a família para conhecer melhor a criança e os atendimentos que ela recebe. Tudo isso faz com que os professores tenham mais segurança no planejamento. “Nunca passamos pelo drama de não saber como trabalhar”, conta Débora.
Gestão da comunidade
15. Como trabalhar com os alunos a chegada de colegas de inclusão?
Em casos de deficiências mais complexas, é recomendável orientar professores e funcionários a conversar com as turmas sobre as mudanças que estão por vir, como a colocação de uma carteira adaptada na classe ou a presença de um intérprete durante as aulas. Quando a inclusão está incorporada ao dia a dia da escola, esses procedimentos se tornam menos necessários.
16. O que fazer quando o aluno com deficiência é agressivo?
A equipe gestora deve investigar a origem do problema junto aos professores e aos profissionais que acompanham esse estudante. “Pode ser que o planejamento não esteja contemplando a participação dele nas atividades”, afirma Daniela Alonso. Nesse caso, cabe ao gestor rever com a equipe a proposta de inclusão. Se a questão envolve reclamações de pais de alunos que tenham sido vítimas de agressão, o ideal é convidar as famílias para uma conversa.
17. O que fazer quando a criança com deficiência é alvo de bullying?
É preciso elaborar um projeto institucional para envolver os alunos e a comunidade e reforçar o trabalho de formação de valores.
18. Os pais precisam ser avisados que há um aluno com deficiência na mesma turma de seu filho?
Não necessariamente. O importante é contar às famílias, no ato da matrícula, que o PPP da escola contempla a diversidade. A exceção são os alunos com quadro mais severo – nesses casos, a inclusão dá mais resultado se as famílias são informadas em encontros com professores e gestores. “Isso porque as crianças passam a levar informações para casa, como a de que o colega usa fralda ou baba. E, em vez de se alarmar, os pais poderão dialogar”, diz Daniela Alonso.
19. Como lidar com a resistência dos pais de alunos sem deficiência?
O argumento mais forte é o da lei, que prevê a matrícula de alunos com deficiência em escolas regulares. Outro caminho é apresentar a nova concepção educacional que fundamenta e explica a inclusão como um processo de mão dupla, em que todos, com deficiência ou não, aprendem pela interação e diversidade.
20. Uma criança com deficiência mora na vizinhança, mas não vai à escola. O que fazer?
Alertar a família de que a matrícula é obrigatória. Ainda há preconceito, vergonha e insegurança por parte dos pais. Quebrar resistências exige mostrar os benefícios que a criança terá e que ela será bem cuidada. É o que faz a diretora da EM Osório Leônidas Siqueira, em Petrolina, a 765 quilômetros do Recife (leia mais no quadro abaixo). Os períodos de adaptação, em que os pais ficam na escola nos primeiros dias, também ajudam. Se houver recusa em fazer a matrícula, é preciso avisar o Conselho Tutelar e, em último caso, o Ministério Público.
Trabalho com a comunidade
Foto: Moreira Junior
COMBATE À EVASÃO A diretora Virginia vai até as famílias para conscientizá-las sobre o valor da inclusão. Foto: Moreira Junior
Histórias de alunos com deficiência fora da escola não têm vez na comunidade atendida pela EM Osório Leônidas Siqueira, em Petrolina. Basta saber que uma criança não está matriculada ou perceber que um estudante está faltando demais para a diretora, Virginia Lúcia Nunes de Souza Melo, procurar as famílias. “Muitas não acreditam na capacidade de seus filhos. Temos de explicar que essas crianças são capazes de aprender”, diz Virgínia. A localização da escola, em área rural, é mais um desafio, mas a equipe de gestores e professores não desanima. “Nos encontros com os pais, conversamos sobre a importância do convívio social e da necessidade de quebrar o preconceito em relação aos jovens com deficiência – preconceito que quase sempre nasce dos próprios adultos com quem elas convivem.” Outra estratégia é compartilhar com a comunidade experiências de sucesso. “Um aluno com síndrome de Down se formou no Ensino Superior. Mesmo que outros não cheguem a tanto, apostamos nessa capacidade e não subestimamos ninguém”, afirma Virgínia.
Gestão do espaço
21. Como preparar os vários espaços da escola?
Ao buscar informações nas Secretarias de Educação e instituições que apoiam a inclusão, cabe ao gestor perguntar sobre tudo o que está disponível. O MEC libera recursos financeiros para ações de acessibilidade física, como rampas e elevadores, sinalização tátil em paredes e no chão, corrimões, portas e corredores largos, banheiros com vasos sanitários, pias e toalheiros adaptados e carteiras, mesas e cadeiras adaptadas. É fato, porém, que há um grande descompasso entre a demanda e a disponibilização dos recursos. O processo nem sempre é rápido e exige do gestor criatividade para substituir a falta momentânea do material.
22. Há diferença entre a sala de apoio pedagógico e a de recursos?
A primeira é destinada a qualquer aluno que precise de reforço no ensino. Já a sala de recursos oferece o chamado Atendimento Educacional Especializado (AEE) exclusivamente para quem tem deficiência, algum transtorno global de desenvolvimento ou altas habilidades.
Gestão de material e suprimentos 23. É preciso ter uma sala de recursos dentro da própria escola?
Se possível, sim. A lei diz que, no turno regular, o aluno com deficiência deve assistir às aulas na classe comum e, no contraturno, receber o AEE preferencialmente na escola. Existem duas opções para montar uma sala de recursos: a multifuncional (que o MEC disponibiliza) tem equipamentos para todas as deficiências e a específica (modelo usado por algumas Secretarias) atende a determinado tipo de deficiência. Enquanto a sala não for implantada, o gestor deve procurar trabalhar em parceria com o atendimento especializado presente na cidade e fazer acordos com centros de referência – como associações, universidades, ONGs e instituições conveniadas ao governo.
24. Como requisitar material pedagógico adaptado para a escola?
Áudio-livros, jogos, computadores, livros em braile e mobiliário podem ser requisitados à Secretaria de Educação local e ao MEC. “Para isso, é preciso que a Secretaria de Educação apresente ao MEC um Plano de Ações Articuladas”, explica Claudia Dutra.
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/diretor/24-respostas-principais-duvidas-inclusao-acessivel-acessibilidade-deficiencia-565836.shtml

FICHA DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL DO ALUNO



AVALIAÇÃO EDUCACIONAL DO ALUNO

Esta avaliação é preenchida pelo professor regente com apoio da equipe pedagógica da escola de origem do aluno, pelo professor responsável pela turma e/ou disciplina e pela equipe pedagógica da escola, ao requisitar o atendimento especializado tendo como base o “Plano de Desenvolvimento Individual do Aluno”, caso o aluno possua.
IDENTIFICAÇÃO DO ALUNO:
Nome do aluno:
Data de nascimento:
Turno em que o aluno estuda:
Série/Ciclo:
HISTÓRIA DE VIDA DO ALUNO:
1- Com que idade o aluno começou a freqüentar a escolarização?
2- Descreva, até o momento, onde e como foi o percurso escolar desse aluno
3- Se houve alguma mudança de escola, citar o motivo

4- Há quanto tempo está na atual escola?
( ) Menos de 1 ano ( ) 1 ano
( ) 2 anos ou mais
Quanto?

5- Há quanto tempo está neste ciclo/série?
( ) Menos de 1 ano ( ) 1 ano
( ) 2 anos ou mais
Quanto?
6- Há quanto tempo freqüenta o atendimento educacional especializado?
( ) Nunca freqüentou ( ) Menos de 1 ano
( ) 1 ano ( ) 2 anos ou mais
Quanto?

7- Há algum diagnóstico clínico? ( ) Não ( ) Sim.
Qual o diagnóstico?
( ) Baixa visão ( ) Cegueira
( ) Deficiência física ( ) Deficiência intelectual
( ) Surdez ( ) Surdo/cegueira
( ) TGD(Transtornos globais do desenvolvimento) ( ) Sem diagnóstico clínico
( )
ओउत्रोस
8- Qual o profissional que atesta o diagnóstico?
( ) Médico ( ) Fonoaudiólogo
( ) Fisioterapeuta ( ) Terapeuta Ocupacional
( ) Psicólogo ( ) Outros

9- O aluno faz uso de algum medicamento? ( ) Não ( ) Sim.
Qual?

10 - Como a escola obteve estas informações?
( ) Família ( ) Médico
( ) Psicólogo ( ) Outros

11- Atualmente, o aluno tem algum acompanhamento clínico?
( ) Não ( ) Sim.
Qual(is)

Há quanto tempo?
( ) Menos de 1 ano ( ) 1 ano
( ) 2 anos ou mais ( ) Nunca teve acompanhamento clínico

AVALIAÇÃO PEDAGÓGICA DO ALUNO

Com base no PDI do aluno, preencher os campos abaixo com informações sobre o desenvolvimento do aluno no que se refere a suas
habilidades e capacidades, além do aprendizado e utilização dos conteúdos curriculares da base comum.

1. Habilidades Observadas – Cognitivas e metacognitivas
Conhecimentos e capacidades do aluno:
Dificuldades que o aluno apresenta:
Intervenção pedagógica desenvolvida com o aluno em sala de aula:

2. Habilidades Observadas – Motoras e psicomotoras
Conhecimentos e capacidades do aluno:
Dificuldades que o aluno apresenta:
Intervenção pedagógica desenvolvida com o aluno em sala de aula:

3. Habilidades observadas – Interpessoais/Afetivos
Conhecimentos e capacidades do aluno:
Dificuldades que o aluno apresenta:
Intervenção pedagógica desenvolvida com o aluno em sala de aula:

4. Habilidades observadas – Comunicacionais
Conhecimentos e capacidades do aluno:
Dificuldades que o aluno apresenta:
Intervenção pedagógica desenvolvida com o aluno em sala de aula:

5. Habilidades Acadêmicas Observadas – Língua Portuguesa
Conhecimentos e capacidades do aluno:
Dificuldades que o aluno apresenta:
Intervenção pedagógica desenvolvida com o aluno em sala de aula:

6. Habilidades observadas – Matemática
Conhecimentos e capacidades do aluno:
Dificuldades que o aluno apresenta:
Intervenção pedagógica desenvolvida com o aluno em sala de aula:

7. Habilidades observadas – História
Conhecimentos e capacidades do aluno:
Dificuldades que o aluno apresenta:
Intervenção pedagógica desenvolvida com o aluno em sala de aula:

8. Habilidades observadas – Geografia
Conhecimentos e capacidades do aluno:
Dificuldades que o aluno apresenta:
Intervenção pedagógica desenvolvida com o aluno em sala de aula:

9. Habilidades observadas - Ciências
Conhecimentos e capacidades do aluno:
Dificuldades que o aluno apresenta:
Intervenção pedagógica desenvolvida com o aluno em sala de aula:

– Outras observações importantes:
Profissional(ais) responsável(eis) pelo preenchimento dos dados:
Atendimento educacional solicitado:
( ) Sala de Recursos ( ) Oficina pedagógica
( ) Professor de apoio ( ) Guia intérprete
( ) Instrutor de LIBRAS ( ) Intérprete de LIBRAS

SUGESTÕES DE PALAVRAS E EXPRESSÕES PARA USO EM RELATÓRIO


Você pensa Você escreve
O aluno não sabe O aluno não adquiriu os conceitos, está em fase de aprendizado.
Não tem limites Apresenta dificuldades de auto-regulação, pois…
É nervoso Ainda não desenvolveu habilidades para convívio no ambiente escolar, pois…
Tem o costume de roubar Apresenta dificuldade de autocontrole, pois…
É agressivo Demonstra agressividade em situações de conflito; usa meios físicos para alcançar o que deseja
É bagunceiro, relaxado, porco Ainda não desenvolveu hábitos próprios de higiene e de cuidado com seus pertences.
Não sabe nada Aprendeu algumas noções, mas necessita desenvolver…
É largado da família Aparenta ser desassistido pela família, pois…
É desobediente Costuma não aceitar e compreender as solicitações dos adultos; Tem dificuldades em cumprir regras.
É apático, distraído Ainda não demonstra interesse em participar das atividades propostas; Muitas vezes parece se desligar da realidade, envolvido em seus pensamentos.
É mentiroso Costuma utilizar inverdades para justificar seus atos ou relatar as atitudes dos colegas
É fofoqueiro Costuma se preocupar com os hábitos e atitudes dos colegas.
É chiclete É muito afetuoso; demonstra constantemente seu carinho…
É sonso e dissimulado Em situações de conflito coloca-se como expectador, mesmo quando está clara a sua participação.
É preguiçoso Não realiza as tarefas, aparentando desânimo e cansaço. Porém logo parte para as brincadeiras e outras atividades.
É mimado Aparenta desejar atenções diferenciadas para si, solicitando que sejam feitas todas as suas vontades.
É deprimido, isolado, anti-social Evita o contato e o diágolo com colegas e professores preferindo permanecer sozinho; Ainda não desenvolveu hábitos e atitudes próprias do convívio social.
É tagarela Costuma falar mais que o necessário, não respeitando os momentos em que o grupo necessita de silêncio.
Tem a boca suja Utiliza-se de palavras pouco cordiais para repelir ou afrontar.
Possui distúrbio de comportamento Apresenta comportamento fora do comum para sua idade e para o convívio em grupo, tais como…
É egoísta Ainda não sabe dividir o espaço e os materiais de forma coletiva.
fonte: http://www.rota83.com/

domingo, 18 de setembro de 2011

Terminologias em Educação Especial

Educação Especial – processo de desenvolvimento global das potencialidades de pessoas com deficiência, de condutas típicas e de altas habilidades e que abrange os diferentes níveis e graus do sistema de ensino. Na LDB é entendida segundo Libâneo (2000), como modalidade oferecida para o educando com necessidades especiais preferencialmente na rede regular de ensino.

Necessidades Educativas Especiais - o MEC (2004) na Declaração de Salamanca conceitua que o termo necessidades educativas especiais amplia o de deficiência, por quanto se refere a todas aquelas crianças e jovens cujas necessidades se originam em função de deficiências ou dificuldades de aprendizagem. E ainda, que as escolas têm de encontrar maneiras de educar com êxito todas as crianças, inclusive as que têm deficiência grave.

Inclusão Educacional - Garantia do acesso aos conteúdos básicos, àqueles com necessidades educacionais especiais que apresentam: altas habilidades, precocidade, superdotação; condutas típicas de síndromes/quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos; pessoas com deficiências que apresentam significativas diferenças físicas, sensoriais ou intelectuais. Os sistemas de ensino devem dar respostas às necessidades educacionais de todos os alunos.

Integração - Condução das crianças com deficiência para o espaço escolar ...que pode ser um espaço específico( classe especial). A criança é que se prepara para ir a escola;
O MEC (2004), Carvalho (1997), Kaufman (1975), Warnock (1978) e Mazzota (1982), descrevem o conceito de integração em três dimensões:
integração física – que envolve o espaço e o tempo de convivência no mesmo ambiente. De maneira que quanto maior o tempo de convivência melhor seriam os resultados.
integração funcional – supõe a utilização dos mesmos recursos educacionais disponíveis no ensino comum.
integração social – diz respeito ao processo de integração com o meio, a comunicação e a inter-relação por meio da participação ativa dos grupos na escola e na comunidade.

INCLUSÃO - Todas as crianças têm direito à escola de ensino regular de sua comunidade. A escola se prepara para receber a criança com necessidades educativas especiais. E este preparo deve considerar a formação de professores, adaptação curricular de acesso ao currículo e nos elementos do currículo.
Diante dos dois conceitos é possível observar que integração e inclusão são metáforas distintas, contendo imagens e práticas totalmente diferentes, pois a integração sugere o atendimento às diferenças individuais nas classes especiais, preparando gradativamente o aluno para o ensino regular, enquanto que a inclusão segundo Mittler (2003), exige uma reforma completa das unidades de ensino em termo de currículo, avaliação, objetivos e forma de atendimento dos alunos nas atividades em sala de aula. Inclusão pressupõe diversidade, aceitação, valorização, compromisso, enriquecimento do desenvolvimento social e pessoal do aluno.

Exclusão - É a aceitação da ordem que exclui. Conjunto de situações que impedem o indivíduo de desfrutar de ações e oportunidades que outras pessoas no mesmo contexto atuam.

Deficiência - é o termo usado para definir a ausência ou a disfunção de uma estrutura psíquica, fisiológica ou anatômica. Não podemos fingir que ela não existe. Para Vigotsky(1997) o defeito é limitação, debilidade e diminuição do desenvolvimento, por outro lado, precisamente porque origina dificuldades, estimula o movimento elevado e intensificado para o desenvolvimento. Daí é importante considerar as potencialidades que são provocadas pelo defeito e não o defeito em si.

Incapacidade - Que não se acha em estado de fazer alguma coisa:incapaz de andar. / Que não tem capacidade para; incapaz de governar.(Aurélio, ) Entretanto, para a Educação Inclusiva o sentido de incapacidade é determinado pelo outro. É a sociedade quando não procura alternativas para inserir a pessoa com deficiência. O sujeito com deficiência sente-se incapaz quando a sociedade limita a sua ação em função da sua deficiência.

PNEEs – ( pessoas com necessidades educativas especiais) - é a pessoa que apresenta em caráter permanente ou temporário alguma deficiência física, sensorial, cognitiva, múltipla ou ainda altas habilidades. Necessita de recursos especializados para corrigir ou compensar suas dificuldades.

Diversidade - Qualidade daquilo que é diverso, diferente, variado; conjunto variado, multiplicidade.


REFERÊNCIAS
CARVALHO, Temas em Educação Especial. 3. ed. Rio de Janeiro: WVA, 2003.
___________________Removendo Barreiras para a aprendizagem: Educação Inclusiva. Porto Alegre: Meditação, 2000.
SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão. Construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997. Disponível em:http://www.ufsm.br/ce/revista/ceesp/2000/01/a3.htm. Acesso: 28/102006
TEZANE, Thaís Cristina Rodrigues. Os caminhos para a construção da escola inclusiva: a relação entre gestão escolar e o processo de inclusão.T356cc (Dissertação de Mestrado) Universidade Federal de São Carlos, 2004.

Crianças inquietas ou hiperativas?

Muitas pessoas apresentam dúvidas em relação a seguinte questão: qual a diferença entre a agitação natural das crianças e o transtorno de déficit de atenção?

Sintomas de desatenção e hiperatividade podem ser considerados normais em crianças que acabaram de passar situações de estresse emocional ou conflitos familiares. Nesses casos, em geral as manifestações são passageiras. O que os diferencia do transtorno de déficit de atenção é a duração do problema.
Assim, deve-se ficar atento e verificar se a “inquietude” é insistente – mais de cinco ou seis meses. Isso pode ser sinal de que a desatenção é provocada não por questões pontuais, mas por distúrbios mais profundos.

Principais Sintomas
Desatenção
* Dificuldade em prestar atenção a detalhes ou errar por descuido em atividades escolares e profissionais;
* Dificuldade em manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas;
* Parecer não escutar quando lhe dirigem a palavra;
* Não seguir instruções e não terminar tarefas escolares, domésticas ou deveres profissionais;
* Dificuldade em organizar tarefas e atividades;
* Evitar, ou relutar, em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante;
* Perder coisas necessárias para tarefas ou atividades;
* Ser facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa;
* Apresentar esquecimentos em atividades diárias.
Hiperatividade
* Agitar as mãos, os pés ou se mexer na cadeira;
* Abandonar a cadeira em sala de aula ou em outras situações nas quais se espera que permaneça sentado;
* Correr ou escalar em demasia em situações nas quais isto e inapropriado;
* Dificuldade de brincar ou envolver-se silenciosamente em atividades de lazer;
* Estar freqüentemente "a mil" ou muitas vezes agir como se estivesse "a todo vapor";
* Falar em demasia.
Impulsividade
* Freqüentemente dar respostas precipitadas antes das perguntas terem sido concluídas;
* Apresentar constante dificuldade em esperar sua vez;
* Freqüentemente interromper ou se meter em assuntos de outros

O comportamento hiperativo interfere na vida familiar, escolar e social da criança. As crianças hiperativas têm dificuldade em prestar atenção e aprender. Como são incapazes de filtrar estímulos, são facilmente distraídas. Essas crianças podem falar muito, alto demais e em momentos inoportunos. As crianças hiperativas estão sempre em movimento, sempre fazendo algo e são incapazes de ficar quietas. São impulsivas. Não param para olhar ou ouvir. Devido à sua energia, curiosidade e necessidade de explorar surpreendentes e aparentemente infinitas, são propensas a se machucar e a quebrar e danificar coisas. As crianças hiperativas toleram pouco as frustrações. Elas discutem com os pais, professores, adultos e amigos. Fazem birras e seu humor flutua rapidamente. Essas crianças também tendem a ser muito agarradas às pessoas. Precisam de muita atenção e tranqüilização. É importante para os pais perceberem que as crianças hiperativas entenderam as regras, instruções e expectativas sociais. O problema é que elas têm dificuldade em obedecê-las. Esses comportamentos são acidentais e não propositais.
Dicas:
Se a escola levantou um problema, ele deve ser levado para um profissional competente que irá orientar a família no melhor caminho a seguir. O primeiro passo, em casos assim, é fazer um diagnóstico cuidadoso, onde se verificará o comportamento da criança em várias situações. Sempre considerando as várias possibilidades do que pode estar ocorrendo com ela.
Se ela apresentar Transtorno Déficit atenção e hiperatividade é muito importante, se for o caso, que ela use a medicação com a prescrição e o acompanhamento de um médico.
Caso não tenha o transtorno, outras questões podem surgir de modo a permitir entender o quadro e ajudar a criança do melhor modo possível. O importante é que ela seja ajudada em suas reais dificuldades. Só assim ela se sentirá compreendida. O que já será de grande ajuda.
Experimente atribuir uma tarefa pequena e rápida e insista delicadamente para que seja concluída. Em seguida, não deixe de agradecer e elogiar seu filho quando a tarefa tiver sido concluída.
Faça com que a criança participe de projetos que ela goste para ajudá-la a concentrar-se. Aprender a concentrar-se alterará sua resposta ao mundo, gradativamente. Lembre-se sempre de que, além de ter um desequilíbrio do sistema nervoso que transforma em tortura o simples ato de permanecer sentado, a criança hiperativa e inteligente entedia-se facilmente. Coopere com seu filho para ajudá-lo a realmente concluir um projeto. Concluir um projeto oferecerá uma idéia de competência e maior auto-estima. O domínio e conclusão de uma tarefa requer elogio.
"JOHANNA TERAPEUTA OCUPACIONAL"

sábado, 17 de setembro de 2011

Receita de inclusão



Ingredientes:
- 30 a 40 crianças genéricas (isto é, sem rótulos) da mesma faixa etária, ambos os sexos, com habilidades e competências heterogêneas
- 1 a 2 crianças com rótulos catalogados na CID, CIF ou qualquer outra tabela não periódica.
- 1 pacote de apostilas ou livros didáticos pasteurizados (não use produtos in natura que podem atacar os neurônios dos professores)
- 1 pacote de avaliações que sejam rigorosamente idênticas na forma e no conteúdo
- Giz a gosto

Modo de preparação
Pegue todos os ingredientes e coloque num liquidificador da marca "Saladeaula" e bata em alta velocidade por 200 dias letivos, até formar uma pasta completamente homogênea.

Caso, durante o processamento, a massa forme grumos de personalidade, brilhantismo ou atraso, encaminhe o ingrediente resistente para ser dissolvido por um especialista.

Se, mesmo assim, o ingrediente não se adaptar à massa, descarte-o, culpando os fornecedores (da marca PaieMãe) por sua má qualidade ou recomende que seja levado para um liquidificador especial (os melhores são os importados da marca Segregator).

Ao final do processo coe toda a pasta em peneiras de provas locais, regionais, nacionais, internacionais e aeroespaciais. Se você perceber que algum ingrediente corre o risco de não passar na prova e prejudicar o bônus do cozinheiro, sugira que ele fique doente no dia da prova.

Sirva acompanhado de reportagens laudatórias em revistas educação e inclusão.
Descrição da imagem: ilustração de um cozinheiro enfeitando um bolo com creme

Para Refletir

Os Imprescindíveis" - Bertolt Brecht

Há homens que lutam por um dia e são bons.
Há outros que lutam por um ano e são melhores.
Há outros, ainda, que lutam por muitos anos e são muito bons.
Há, porém, os que lutam por toda a vida,
Estes são os imprescindíveis.
Inclusão Social.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Dicas sobre como expressar-se e agir frente à deficiência



  • Não use "deficiente físico" para se referir às pessoas com deficiência em geral. Esse termo só deve ser usado para pessoas com dificuldades motoras, como paralisia cerebral, tetraplegia e outras ligadas a questões que envolvem a mobilidade. Pessoas com deficiência auditiva ou visual possuem uma deficiência sensorial, não física.
  • Não diga "deficiência permanente", as deficiências por definição são permanentes. Alguém com dificuldade para ver, mas que poderia usar um óculos para resolver seu problema, não é um portador de deficiência visual. Uma pessoa engessada ou acamada está incapacitada temporariamente
  • Não diga "sofreu de paralisia infantil" ou "foi vítima de paralisia infantil". Diga que a pessoa possui seqüelas da doença poliomielite que acarretaram uma deficiência física.
  • Não utilize termos pejorativos como ceguinho, mudinho, inválido, excepcional, anormal, aleijado, retardado, mutilado, débil mental, perneta ou maneta.
  • Jamais use o termo mongolóide. Substitua-o por pessoa com síndrome de Down
  • Substitua leproso por hanseniano.
  • Não use surdo-mudo, a pessoa com deficiência auditiva tem dificuldades para falar, mas não é muda. Existe a preferência dentre essas pessoas pelo termo "surdo(a)", quando se refere à surdez profunda
  • O autismo não deve ser considerado uma deficiência mental.
  • O mal de Parkinson é um distúrbio neurológico, não uma deficiência mental.
  • Não confunda doença mental com deficiência mental. Psicose, esquizofrenia e obsessão maníaco-depressiva, por exemplo, são doenças tratáveis.
  • Não trate a pessoa com deficiência como uma criança ou uma pessoa assexuada. Fale diretamente com ela, não é necessário usar seu acompanhante como intermediário, basta ter paciência.
  • Antes de oferecer ajuda, pergunte se ela é necessária. Muitas vezes essa pessoa tem capacidades que você não conhece.
  • Não diga "preso/confinado ou condenado em uma cadeira de rodas". Esse instrumento é um facilitador da mobilidade das pessoas com deficiência física. Use "ele está em cadeira de rodas" ou ela "usa uma cadeira de rodas". As pessoas nessa condição costumam referir-se a si mesmas como "cadeirantes" ou "chumbados".
Na dúvida, consulte os próprios deficientes ou as entidades representativas da área para informar-se sobre a terminologia mais correta.


quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Princípios da Inclusão


wAceitação das diferenças individuais,
wValorização de cada pessoa,
wConvivência harmônica dentro da diversidade humana,
wAprendizagem através da cooperação

Autismo


Vocabulário 10 Coisas que toda criança com autismo gostaria que você soubesse

1. Antes de tudo eu sou uma criança.
Eu tenho autismo. Eu não sou somente "Autista". O meu autismo é só um aspecto do meu caráter. Não me define como pessoa. Você é uma pessoa com pensamentos, sentimentos e talentos. Ou você é somente gordo, magro, alto, baixo, míope? Talvez estas sejam algumas coisas que eu perceba quando conhecer você, mas isso não é necessariamente o que você é. Sendo um adulto, você tem algum controle de como se auto-define. Se quer excluir uma característica, pode se expressar de maneira diferente. Sendo criança eu ainda estou descobrindo. Nem você ou eu podemos saber do que eu sou capaz. Definir-me somente por uma característica, acaba-se correndo o risco de manter expectativas que serão pequenas para mim. E se eu sinto que você acha que não posso fazer algo, a minha resposta naturalmente será: Para que tentar?

2. A minha percepção sensorial é desordenada.
Interação sensorial pode ser o aspecto mais difícil para se compreender o autismo. Quer dizer que sentidos ordinários como audição, olfato, paladar, toque, sensações que passam desapercebidas no seu dia a dia podem ser doloridas para mim. O ambiente em que eu vivo pode ser hostil para mim. Eu posso parecer distraído ou em outro planeta, mas eu só estou tentando me defender. Vou explicar o porquê uma simples ida ao mercado pode ser um inferno para mim: a minha audição pode ser muito sensível. Muitas pessoas podem estar falando ao mesmo tempo, música, anúncios, barulho da caixa registradora, celulares tocando, crianças chorando, pessoas tossindo, luzes fluorescentes. O meu cérebro não pode assimilar todas estas informações, provocando em mim uma perda de controle. O meu olfato pode ser muito sensível. O peixe que está à venda na peixaria não está fresco. A pessoa que está perto pode não ter tomado banho hoje. O bebê ao lado pode estar com uma fralda suja. O chão pode ter sido limpo com amônia. Eu não consigo separar os cheiros e começo a passar mal. Porque o meu sentido principal é o visual. Então, a visão pode ser o primeiro sentido a ser super-estimulado. A luz fluorescente não é somente muito brilhante, ela pisca e pode fazer um barulho. O quarto parece pulsar e isso machuca os meus olhos. Esta pulsação da luz cobre tudo e distorce o que estou vendo. O espaço parece estar sempre mudando. Eu vejo um brilho na janela, são muitas coisas para que eu consiga me concentrar. O ventilador, as pessoas andando de um lado para o outro... Tudo isso afeta os meus sentidos e agora eu não sei onde o meu corpo está neste espaço.

3. Por favor, lembre de distinguir entre não poder (eu não quero fazer) e eu não posso (eu não consigo fazer)
Receber e expressar a linguagem e vocabulário pode ser muito difícil para mim. Não é que eu não escute as frases. É que eu não te compreendo. Quando você me chama do outro lado do quarto, isto é o que eu escuto "BBBFFFZZZZSWERSRTDSRDTYFDYT João". Ao invés disso, venha falar comigo diretamente com um vocabulário simples: "João, por favor, coloque o seu livro na estante. Está na hora de almoçar". Isso me diz o que você quer que eu faça e o que vai acontecer depois. Assim é mais fácil para compreender.

4. Eu sou um "pensador concreto" (concrete thinker).
O meu pensamento é concreto, não consigo fazer abstrações. Eu interpreto muito pouco o sentido oculto das palavras. É muito confuso para mim quando você diz "não enche o saco", quando o que você quer dizer é "não me aborreça". Não diga que "isso é moleza, é mamão com açúcar" quando não há nenhum mamão com açúcar por perto e o que você quer dizer é que isso e algo fácil de fazer. Gírias, piadas, duplas intenções, paráfrases, indiretas, sarcasmo eu não compreendo.

5. Por favor, tenha paciência com o meu vocabulário limitado.
Dizer o que eu preciso é muito difícil para mim, quando não sei as palavras para descrever o que sinto. Posso estar com fome, frustrado, com medo e confuso, mas agora estas palavras estão além da minha capacidade, do que eu possa expressar. Por isso, preste atenção na linguagem do meu corpo (retração, agitação ou outros sinais de que algo está errado). Por outro lado, posso parecer como um pequeno professor ou um artista de cinema dizendo palavras acima da minha capacidade na minha idade. Na verdade, são palavras que eu memorizei do mundo ao meu redor para compensar a minha deficiência na linguagem. Por que eu sei exatamente o que é esperado de mim como resposta quando alguém fala comigo. As palavras difíceis que de vez em quando falo podem vir de livros, TV, ou até mesmo serem palavras de outras pessoas. Isto é chamado de ECOLALIA. Não preciso compreender o contexto das palavras que estou usando. Eu só sei que devo dizer alguma coisa.

6. Eu sou muito orientado visualmente porque a linguagem é muito difícil para mim.
Por favor, me mostre como fazer alguma coisa ao invés de simplesmente me dizer. E, por favor, esteja preparado para me mostrar muitas vezes. Repetições consistentes me ajudam a aprender. Um esquema visual me ajuda durante o dia-a-dia. Alivia-me do stress de ter que lembrar o que vai acontecer. Ajuda-me a ter uma transição mais fácil entre uma atividade e outra. Ajuda-me a controlar o tempo, as minhas atividades e alcançar as suas expectativas. Eu não vou perder a necessidade de ter um esquema visual por estar crescendo. Mas o meu nível de representação pode mudar. Antes que eu possa ler, preciso de um esquema visual com fotografias ou desenhos simples. Com o meu crescimento, uma combinação de palavras e fotos pode ajudar mais tarde a conhecer as palavras.

7. Por favor, preste atenção e diga o que eu posso fazer ao invés de só dizer o que eu não posso fazer.
Como qualquer outro ser humano não posso aprender em um ambiente onde sempre me sinta inútil, que há algo errado comigo e que preciso de "CONSERTO". Para que tentar fazer alguma coisa nova quando sei que vou ser criticado? Construtivamente ou não é uma coisa que vou evitar. Procure o meu potencial e você vai encontrar muitos! Terei mais que uma maneira para fazer as coisas.

8. Por favor, me ajude com interações sociais.
Parece que não quero brincar com as outras crianças no parque, mas algumas vezes simplesmente não sei como começar uma conversa ou entrar na brincadeira. Se você pode encorajar outras crianças a me convidarem a jogar futebol ou brincar com carrinhos, talvez eu fique muito feliz por ser incluído. Eu sou melhor em brincadeiras que tenham atividades com estrutura começo-meio-fim. Não sei como "LER" expressão facial, linguagem corporal ou emoções de outras pessoas. Agradeço se você me ensinar como devo responder socialmente. Exemplo: Se eu rir quando Sandra cair do escorregador não é que eu ache engraçado. É que eu não sei como agir socialmente. Ensine-me a dizer: "você esta bem?".

9. Tente encontrar o que provoca a minha perda de controle.
Perda de controle, "chilique", birra, mal-criação, escândalo, como você quiser chamar, eles são mais horríveis para mim do que para você. Eles acontecem porque um ou mais dos meus sentidos foi estimulado ao extremo. Se você conseguir descobrir o que causa a minha perda de controle, isso poderá ser prevenido - ou até evitado. Mantenha um diário de horas, lugares pessoas e atividades. Você encontrar uma seqüência pode parecer difícil no começo, mas, com certeza, vai conseguir. Tente lembrar que todo comportamento é uma forma de comunicação. Isso dirá a você o que as minhas palavras não podem dizer: como eu sinto o meu ambiente e o que está acontecendo dentro dele.

10. Se você é um membro da família me ame sem nenhuma condição.
Elimine pensamentos como "Se ele pelo menos pudesse." ou "Porque ele não pode." Você não conseguiu atender a todas as expectativas que os seus pais tinham para você e você não gostaria de ser sempre lembrado disso. Eu não escolhi ser autista. Mas lembre-se que isto está acontecendo comigo e não com você. Sem a sua ajuda a minha chance de alcançar uma vida adulta digna será pequena. Com o seu suporte e guia, a possibilidade é maior do que você pensa. Eu prometo: EU VALHO A PENA. E, finalmente três palavras mágicas: Paciência, Paciência, Paciência. Ajuda a ver o meu autismo como uma habilidade diferente e não uma desabilidade. Olhe por cima do que você acha que seja uma limitação e veja o presente que o autismo me deu. Talvez seja verdade que eu não seja bom no contato olho no olho e conversas, mas você notou que eu não minto, roubo em jogos, fofoco com as colegas de classe ou julgo outras pessoas? É verdade que eu não vou ser um Ronaldinho "Fenômeno" do futebol. Mas, com a minha capacidade de prestar atenção e de concentração no que me interessa, eu posso ser o próximo Einstein, Mozart ou Van Gogh. Eles também tinham autismo, uma possível resposta para alzaheim o enigma da vida extraterrestre - O que o futuro tem guardado para crianças autistas como eu, está no próprio futuro. Tudo que eu posso ser não vai acontecer sem você sendo a minha base.

Pense sobre estas "regras" sociais e se elas não fazem sentido para mim, deixe de lado. Seja o meu protetor seja o meu amigo e nós vamos ver ate onde eu posso ir.
CONTO COM VOCÊ!
Fonte: Autimismo | Ellen Nottohm, tradução livre Andréa Simon
Texto adaptado para divulgação no site do Instituto Indianópolis.